quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A "arte" de quebrar brinquedos - como eu consegui mais de 20 mil seguidores no twitter

Eu sempre gostei de quebrar brinquedos. Me lembro que o único carrinho que ganhei quando criança foi uma Super Máquina, que eu desmontei para entender como funcionava o motor a fricção. Eu arranquei a pele do Batuquinha de outra irmã minha para entender como funcionava o ursinho a pilha. Eu soltei um balão de hélio da minha irmã para entender como ele flutuava solto, até que altura ia.Ultimamente meu brinquedo tem sido o twitter, uma ferramenta de microblog, o grande barato é que ele tem um quê de Neston, 1000 maneiras de usar.No começo do meu blog eu não tinha muita coragem pra escrever, eu não sei se eu sou um cara de exatas ou humanas porque não sei se as pessoas podem ser divididas assim, o fato é que eu sou formado em processamento de dados e trabalhava escrevendo códigos, não textos. No começo do meu blog eu twittava sem nem saber o que era twitter, da mesma forma como eu blogava no meu site pessoal em 1997 sem saber o que era blog. Blogs são sobre compartilhamento de conteúdos e experiências, microblogs são sobre idéias e dicas. É uma versão resumida de fácil digestão, pílulas de sabedoria, conhecimento, diversão e qualquer outras coisa que sua imaginação mandar, pílulas que cada um consome na dose que lhe apetece.No dia 28 de março eu li um post interessante: Opening Keynote by Guy Kawasaki: Twitter as a Tool for Social Media, o texto foi escrito em 24 de março, não me lembro como chegou até mim, apesar de discordar de alguns pontos eu me identifiquei com uma série de coisas que eu vinha refletindo. O ponto que me incomodou mais foi o 3o do post: "Get lots of followers" (consiga muitos seguidores).Eu havia começado a seguir mais gente do que meus habituais 300 seguidores de sempre. O critério era: "Eu sigo quem eu conheço e me segue de volta", mas já havia mudado para "Eu sigo quem eu conheço" e mudado novamente para "Eu sigo quem eu conheço e me manda replies ou faz retweets". Conforme eu seguia pessoas novas elas me mandavam mais replies e faziam mais retwittes, além de começar a usar as direct messages (DM) para tratar de assuntos particulares que eu nem fazia idéia que elas queriam tratar antes.Resolvi ampliar isso mais um pouco, comecei a seguir todo mundo que alguns amigos meus seguiam, antes que você pergunte eu respondo, não eu não usei o script mas deixa eu terminar a história antes que você pense que eu sou um grande mentiroso e covarde, eram pessoas que seguiam no máximo 600 pessoas, deu pra seguir "na mão" sem traumas.Depois que segui essas pessoas novas, que eu não conhecia pessoalmente e algumas delas nunca tinha ouvido falar, eu conheci 3 delas pessoalmente no dia seguinte, e elas vieram me falar: "Oi eu vi que você começou a me seguir". Sinceramente eu fiquei muito bem impressionado com aquilo, eram 3 pessoas inteligentes, interessantes e divertidas, gente a quem eu não estava me dando oportunidade de conhecer porque estava restrito ao meu numero mágico de 300 seguidores.Cabem algumas ressalvas aí: em primeiro lugar eu não acho que todo mundo tem que sair conhecendo gente à esmo, é uma coisa que eu gosto muito e muita gente acha meio freak, eu entendo, respeito e não acho antisocial, na boa o anormal da história sou eu, sério, sem ironia. Em segundo lugar eu ainda não havia entendido o potencial do twitter como rede social, no sentido de fazer novos amigos, mas depois daquilo eu decidi repensar como eu podia experimentar o brinquedo novo.Então, voltando ao post que eu li no dia 28 de março, com essas idéias na cabeça e lendo a blogueira (Virginia Nussey) contar que Guy Kawasaki disse coisas do tipo: "Step 1: Follow everyone back that follows you. He goes to SocialToo.com. It monitors all followers and auto-follows back. He thinks it's inherently arrogant that you're more worthy of following than the person following you. The other reason he follows back is that he wants to enable people to DM him. He only deals with @s and DMs -- that means he's more open to discussion that way."De fato as pessoas sentiam que era uma gentileza minha quando eu seguia de volta, achavam simpático da minha parte responder os DMs e se impressionavam quando percebiam qeu eu monitorava todos os replies (@s). Havia aí uma possibilidade interessante de conhecer gente nova e manter minha timeline (minhas twittadas) livres de chats (@s) tornando o conteúdo dele um pouco mais interessante para quem fosse seguir.Bem, se Guy Kawasaki fazia isso pq eu não deveria fazer também? Com esse pensamento na cabeça e 7322 seguidores até então eu entrei na minha conta do twitter, cliquei em Find People, Find on other networks, digitei meu usuário e senha do Gmail apareceram mais 2700 pessoas, mandei adicionar todo mundo. Entrei no SocialToo.com, criei minha conta e mandei seguir de volta quem me seguia. Também paguei a opção de seguir de volta todos os antigos followers, foram US$ 5 via Paypal. Após essas traquinagens eu saltei de 7322 para 10547 seguidores, eu já vinha crescendo numa faixa de 300~400 seguidores por dia depois da matéria da Época nesse dia o salto foi maior devido ao monte de follows e as reações das pessoas, por mais estranho que pareça toda vez que alguém reclama de alguém fazendo alguma coisa estranha no twitter o perfil da pessoa ganha mais seguidores do que perde, foi assim com @marcelotas no dia do anúncio da campanha da Telefônica e foi assim com outros "escândalos" da "twittosfera".Continuei seguindo quem menciona "interney", "Edney Souza" e quem tem perfis ligados a publicidade, jornalismo e comunicação, apesar de obviamente não conseguir ler todo mundo,ter um número significativo de pessoas que falam de assuntos similares faz com que as olhadas no meu twitter continuem sendo produtivas.Um das primeiras reações foi o texto do Cris Dias: Se você segue 10 mil pessoas no Twitter você está enganando 10 mil pessoas. É um post bacana, vale a leitura, é um contraponto bacana do que estou defendendo aqui, sinceramente para a maioria das pessoas o texto do Cris faz mais sentido que esse meu, minha idéia não é te convencer a seguir todo mundo de volta, apenas estou contando porque eu fiz isso.Havia uma coisa que eu imaginava, mas não tinha a real noção até ver isso acontecer. Quando eu começasse a seguir de volta eu sabia que um monte de gente ia seguir apenas para ganhar um seguidor a mais, até aí tudo bem. O que eu não sabia é que existem diversas pessoas que monitoram mundialmente os top twitters que seguem de volta, é um atalho para todo mundo dar uma turbinadinha nos seus followers. Uma das listas mais conhecidas desses é a Top 237 Twitter Users Who Will Follow You Back. A "linha de corte" para você entrar nessas listas é de 10 mil seguidores e eu havia ultrapassado esse número. Resultado: milhares de estrangeiros me adicionando alucinadamente para ganharem seguidores e os meus seguidores subindo exponencialmente.Em resumo, meu crescimento não foi natural, 50% dos meus seguidores atualmente são gringos que não fazem idéia do que estou escrevendo, nesse aspecto o @rafinhabastos ou o @DaniloGentili que teoricamente estão atrás de mim nesse rankings tem efetivamente mais gente ouvindo e participando.Mais uma vez os rankings são supervalorizados. Particularmente acho o número de replies que alguém recebe, o número de retweets ou número de cliques que uma pessoa tem no migre.me fatores bem mais relevantes para escolher alguém e mesmo assim são números que podem ser forjados criando-se contas fakes que dão replies e retweets além de espalhar o link do migre.me em outros cantos para aumentar artificialmente o clique como que vindo do twitter. Para o twitter vale o mesmo raciocínio que para os blogs: consuma os rankings com moderação.Meu site pessoal em 1997 nasceu para que meus amigos me enchessem menos o saco, ao invés de repetir dicas e respostas individualmente para cada um eles olhavam no site antes, facilitando a minha vida. Esse post nasceu depois que eu tive de contar pedaços dessa história em um monte de caixas de comentários, e-mails e direct messagesSe você me segue saiba que estou interessado no que você quiser falar particularmente comigo, faça bom uso do direct, se alguém abusar será bloqueado, fato que felizmente ainda não aconteceu. Quanto ao que você fala publicamente eu confesso que não vejo, espero não ter criado essa ilusão, e se o fiz peço desculpas. Eu tenho grupos de pessoas no Tweetdeck que acompanho com mais atenção são cerca de 280 pessoas atualmente. Para continuar lendo no iPhone acabei criando uma outra conta com essas mesmas pessoas. Como disse anteriormente não aconselho todo mundo a fazer isso. Eu meio que quebrei o brinquedo, tem gente que me bloqueou, deixou de seguir, mas entre mortos e feridos tem sido uma experiência positiva e eu quis dividir isso com que ainda está por aqui.

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